Paula Merlo, diretora de conteúdo da Vogue Brasil, fala sobre a edição deste mês, estrelada pela atriz Barbie Ferreira
Barbie Ferreira na capa da Vogue de Abril: a atriz usa look Chloe e brincos Gansho.
A adolescência foi a fase que mais senti o tal choque de gerações. Nas caronas para a escola, tenho a nítida lembrança de me sentir totalmente incompreendida por uma mãe 20 anos mais velha que não sabia quem eram os Fugees da rádio (como assim?!), não entendia a dinâmica dos relacionamentos, não compreendia a importância das “reuniõezinhas” na casa das amigas. Justiça seja feita, minha mãe nunca foi careta. Pelo contrário, professora de adolescentes (com alunos e ex-alunos fãs dela), sempre esteve mais por dentro da cultura atual do que qualquer outra mãe de amiga. Mas era a minha mãe – e eu tinha 14 anos, o que já explica muito…
Hoje, aos 40, um pouco mais velha do que ela naquele carro, entendo perfeitamente que é impossível, por mais que se esforce, se inserir completamente numa geração que não a sua. E tudo bem. Tem vezes que a gente não consegue acompanhar nem alguns nuances da nossa própria geração, defende a old millennial aqui.
Mas quando se trata da Vogue, uma publicação que se orgulha de estar à frente de conversas relevantes e interessantes, acompanhar de perto as mudanças de comportamento de diferentes gerações é obrigatório. Não à toa, aqui na redação, a pessoa mais nova no time, Sthefanie Louise, designer, tem 22 anos; e a mais experiente, Andrea Zilet, analista administrativa, tem 55. Encontros e conflitos geram boas ideias e trocas.